Ginecologia Emocional: Um Breve Olhar…

Um novo olhar sobre o nosso corpo, Mulheres! O resgatar da verdadeira Lua interior e do respeito pelos nossos ciclos selvagens…

No âmbito da 1ª Edição do projeto “NADI By Rita” foi palestrado o tema da Ginecologia Emocional pela fabulosa e eterna estudante Gisela Monteiro que, com a sua genuinidade que tanto a caracteriza, conseguiu dar-nos uma luz sobre este assunto tão profundo e que eu, da minha forma singela, passo agora a resumir:

A parte reprodutiva e sexualmente afirmativa encontra-se intimamente ligada ao Chakra Sacro/Sexual/Emocional/Umbilical. Este chakra está localizado entre o nosso umbigo e o osso púbico, tem cor laranja e como afirmação “Eu Sinto”. Tem como corpo áurico o emocional e é o chakra intimamente ligado às emoções, relações afetivas e ao ciclo menstrual da Mulher, sendo a sua polaridade, previsivelmente, feminina. Influencia diretamente as nossas gónadas e órgãos sexuais.

A palavra “Sacro” explica-nos que há “sacralidade” no sentir, e isto não nos remete apenas à sexualidade física. O prazer de pegar num livro, o prazer de beber água, o prazer de me sentar a ter uma conversa e beber um bom vinho… Tudo isto é prazer e é sagrado, e está na hora de desvirtuarmos completamente os sentimentos de culpa do que quer que seja em relação a tudo o que fazemos e experienciamos: é sagrado sentir, e é SUPOSTO sentir.

Este chakra está ligado ao nosso Útero, sendo este o nosso maior centro energético, o verdadeiro “coração feminino”. Lá é o lugar onde ficam plasmadas todas as emoções da Mulher, positivas ou negativas. Assim sendo, sempre que um ser é gerado, foram gerados todos os óvulos desse Ser, o que significa que uma parte de cada um de nós está presente nesses óvulos. E aqui entra a herança genética e o conceito de Ancestralidade: todas essas emoções são passadas de geração em geração, pelo que quanto mais suavizamos o registo energético do nosso Útero, mais facilitamos o trabalho de quem vier e, até, de quem já foi.

Não podemos falar neste nosso “coração feminino” sem abordarmos o tema do olharmos para a forma como influencia toda a forma de SENTIR da Mulher, remetendo-nos automaticamente para o nosso Ciclo Menstrual:

NOTA IMPORTANTE: Falamos neste caso de mulheres que não são reguladas por anticoncecionais e sim pelas próprias hormonas, devido á alteração que os químicos fazem no nosso corpo!

O nosso Ciclo Menstrual está intimamente ligado numa visão macro, às Estações do Ano e, de forma mais íntima, às fases da Lua, visto o ciclo lunar ser de 28 dias e o menstrual aproximar-se muito dessa periodicidade, contrariamente ao Homem que é mais constante ao longo do tempo, como o Sol (sentindo eles mais as variações ao longo do ano do que do mês). Funciona muito como uma ferramenta de autoconhecimento quando dominados os saberes relativos a cada etapa e e exploramos a “Lua Interior”.

1ª Fase: MENSTRUAL

A “nossa” Lua Nova. É um período introspetivo, de “esconder“, de corte quem o que já não nos serve mais, com o que a fase anterior nos avisou que era necessário quebrar. A fase Menstrual obriga-nos a fazer um corte drástico, sendo também o momento em que é necessário descansar devido ao esforço da descamação do endométrio e à queda abrupta das nossas hormonas. Queremos comer comidas mais quentes, estar mais quietas, vestir roupas mais confortáveis, parecendo umas “velhotas”. Assim sendo o Arquétipo desta fase é a Ansiã e a estação do ano associada o Inverno. Por estarmos mais introspetivas e conectadas com quem somos, isto remete-nos às mulheres com poder, que eram precisamente as ansiãs das tribos. Inclusivamente, em muitas civilizações procurava-se o auxílio das mulheres nestas fases porque se acreditava que elas, estando mais sensíveis, ficavam mais próximas de todas as forças que não são visíveis e consequentemente, mais sensitivas. A Deusa à qual esta fase está conectada é a Baba Yaga, a representação da mulher selvagem, no seu estado puro. Uma ansiã da cultura eslava que morava na floresta porque não se inseria na sociedade, quebrando com todos os padrões instituídos pela sociedade. Ela aparece nos contos eslavos para nos obrigar a tomar decisões, chama atenção, e daí ser o momento em que nos recolhemos para depois agir.

2ª fase: FOLICULAR/PRÉ-OVULATÓRIA

Associada à Lua Crescente, ao “sair da toca” depois da fase menstrual, é a verdadeira Primavera do ciclo feminino. Nesta fase há uma subida da hormona masculina, a testosterona (presente também no corpo feminino mas em menor quantidade) e nós, consequentemente, ficamos mais enérgicas. Assim sendo, o arquétipo desta fase é o da Donzela porque, se pensarmos numa criança ela tem bastante energia e quer sempre estar em criação e movimento. A deusa por norma associada é Ártemis, a deusa grega da caça, a que busca e que não fica à espera, a que tem o ímpeto de seguir os seus sonhos. Nesta etapa está tudo propício para iniciar projetos, ter reuniões, e tudo o que envolva concentração e dedicação, capacidades exponenciadas com a presença da testosterona. 

3ª Fase: OVULATÓRIA

É a “nossa” Lua Cheia, linda e maravilhosa a brilhar, o nosso Verão. As pessoas estão aptas para contacto, para conviver. As hormonas estão ao rubro. Tudo pede criação, nós ficamos extremamente criativas, sendo o arquétipo desta fase a Mãe. Ficamos amorosas, temos oportunidade para gerar havendo uma pré-disposição física para isso com o aumento da própria líbido ao mais alto dos níveis. O arquétipo desta fase é a deusa Gaia, a criação da vida, a Terra, coberta de flores e plena, assim como nós estamos nesta fase. 

4ª Fase: LÚTEA

Sendo geralmente a mais longa do ciclo, é a fase em que ocorre a famosa TPM (tensão Pré-Menstrual). É a Lua Minguante, o Outono da desfolhada, a fase anterior à tal época de corte com o que está para trás. O Arquétipo associado é o da Feiticeira, sugerindo-nos que ela nos vem mostrar aquilo que nós não queremos ver. O que toleramos até agora com a fase da Donzela e da Ovulação por querermos, respetivamente, divertir e dar, vem agora ao de cima remeter-os para os nossos próprios limites. E esta intolerância não é somente para os outros, é também para connosco: todas as atitudes e desafios que eram irrelevantes para nós, ou não queríamos ver nas outras fases, esta obriga-nos a ver. É o verdadeiro CONFRONTO, connosco e com a nossa relação com os outros. É a etapa do ciclo menstrual em que tudo surge para nos pôr à prova e mostrar o que, quando tudo se iniciar novamente, pretendemos largar e cortar. A Deusa associada a esta fase é Kali, a força da Natureza que destrói para reconstruir.

Que este pequeno resumo vos auxilie no autoconhecimento, e que entendam a importância da conexão convosco próprias!